Hoje a tecnologia transporta-nos constantemente para outros tempos e outros lugares. Estamos saturados de imagens, mensagens e sons. O ritmo de vida acelera e intensifica-se, enquanto os ambientes urbanos nos agridem. Como é que a arquitectura pode contribuir para o reequilíbrio desta realidade?
O tempo
Valorizar o aqui e agora, sem invocações do passado nem alusões ao futuro. Procurar a intemporalidade que resista à passagem das modas e ao desgaste dos anos. A beleza encontra-se no que sabe envelhecer e não no que está acabadinho de estrear.
O lugar
Adaptar o edifício ao seu contexto geográfico, nomeadamente no que diz respeito às suas especificidades climatéricas, ambientais, paisagísticas e culturais. Os materiais e os métodos construtivos locais poderão ser a solução.
A composição e a matéria
Colocar a essência acima da aparência. Evitar as falsidades e as ilusões. A beleza está na verdade e na autenticidade.
Reduzir, depurar e simplificar, limpando o irrelevante e valorizando o essencial. Evidenciar o mais simples, aquilo que normalmente deixamos escapar.
Os edifícios não têm que fazer referência a nada, apenas a eles mesmos.
Privilegiar a riqueza e a expressividade dos materiais, para que a experiência arquitectónica estimule todos os sentidos.
Ricardo Nogueira de Sousa Lopes, Maio de 2012
Imagem – Dominius Winery, Herzog & De Meuron
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.